A prefeita de Turvelândia, Reila Aparecida Naves de Farias (PMDB), e o vice dela, Alex Queiroz Florêncio (PTC), tiveram os mandatos cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). Os dois são acusados de aproveitar o mandato do ex-prefeito Ailton Minervino para prometer a entrega de lotes em troca de votos. À decisão ainda cabem recursos.

Na decisão, o juiz relator Jesus Crisóstomo de Almeida afirma que a prefeitura implantou, em pleno período de campanha eleitoral, um loteamento, com realização de obras e ampla divulgação no site da administração, das redes sociais e por meio de faixas instaladas no local. Conforme relatório, há “provas conclusivas” de que houve “promessa de entrega de lotes em troca de votos”.





“Restou evidenciado nos autos que a candidatura dos recorridos para os cargos de prefeito e vice-prefeito foi impulsionada pela influência política do então prefeito, também recorrido, mediante a promessa de doação de lotes em futuro loteamento, situação capaz de desequilibrar a disputa, com manifesto abuso de poder político ou de autoridade e com potencialidade suficiente para comprometer a legitimidade do Pleito”, afirma na decisão.





O TRE-GO acatou parcialmente o pedido feito pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio de ação proposta pelo promotor de Justiça Sandro Henrique Silva Halfeld Barros. No processo, 11 testemunhas foram ouvidas e confirmaram que receberam a diretamente da então candidata à prefeitura e de seu vice, a proposta de lote em troca do apoio eleitoral.





Em um dos depoimentos, uma testemunha relata que o então prefeito Ailton Minervino foi até a casa dele e do marido, oferecendo um lote ao casal caso votassem em Reila. Segundo o documento, o ex-prefeito chegou a mostrar o mapa do loteamento pela tela do celular. Segundo o depoimento, no mesmo dia, Reila foi a casa do casal oferecer, além do lote, aumento de salário, caso ela fosse eleita.








Conforme o documento, além da prefeitura da cidade iniciar as obras e divulga-las amplamente em período eleitoral, iniciou as demarcações dos lotes em um terreno antes mesmo da transferência dele para a propriedade do município.





Reila Aparecida, Alex e Ailton foram condenados por abuso de poder político ou de autoridade. Além disto, a prefeita e o vice foram declarados inelegíveis pelo período de 8 anos.





Com a decisão, quem assume a administração da cidade é o presidente da Câmara Municipal de Turvelândia, Joel Lubarino (PMDB).



O G1 tentou contato por telefone com a defesa dos três políticos, e também com a Prefeitura de Turvelândia, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.