Cinco rios que abastecem várias cidades do Maranhão estão ameaçados pelo desmatamento de suas nascentes, pela poluição causada pelo lixo jogado e pelo esgoto sem tratamento que é lançado direto nas águas.
Um dos rios afetados pelo descaso é o Rio Itapecuru, que abastece grande parte das casas dos 55 municípios banhados por ele. São de 1.450 km percorridos pelo rio genuinamente maranhense.
[caption id="" align="aligncenter" width="984"] Rio Itapecuru abastece mais de 50 municípios do Maranhão — Foto: Reprodução / TV Mirante[/caption]
O lixo é um outro problema que tá exposto pra quem quiser ver. Ele se espalha pelas margens e até dentro do rio. Motivo de revolta pra quem, em outros tempos, já pôde usar o Itapecuru sem preocupação.
São sacolas e embalagens plásticas descartadas de forma irregular, que acabam vindo parar onde não deveriam, as margens do rio. A falta de consciência ambiental compromete não apenas a vida marinha e a vegetação, mas a saúde e qualidade de vida do próprio homem.
Rio Pindaré
[caption id="" align="aligncenter" width="984"] Rio Pindaré passa por dez municípios — Foto: Reprodução / TV Mirante[/caption]
Com 650 km de extensão, o Rio Pindaré passa por, pelo menos, dez municípios maranhenses que abastecem mais de 1 milhão de maranhenses. Além da poluição e do desmatamento, a pesca predatória é outro fator que preocupa ambientalistas e quem é abastecido e vive das águas do rio.
Em várias partes do rio, é possível observar barragens construídas irregularmente, que são usadas para facilitar a retirada dos peixes e ajudar na agricultura familiar. O grande problema, é que a técnica está acelerando o assoreamento do rio e preocupando as autoridades locais.
Por isso, a Polícia Militar mandou uma equipe exclusiva para fazer o patrulhamento do rio, que tem como objetivo combater os crimes que mais prejudicam o rio que é um dos mais importantes do Maranhão.
Rio Balsas
[caption id="" align="aligncenter" width="984"] Rio Balsas está sofrendo por causa de banhistas também — Foto: Reprodução / TV Mirante[/caption]
No Rio Balsas, os ambientalistas estão preocupados com o desmatamento das nascentes, além disso tem a poluição do rio por conta de esgoto sem tratamento no trecho do rio que passa dentro da cidade de Balsas. O lixo deixado pelos banhistas também contribui bastante para este cenário negativo. No período chuvoso, isso é agravado, que é quando o lixo é levado para o leito do rio.
Rio Tocantins
[caption id="" align="alignnone" width="984"] Rio Tocantins abastece Imperatriz e região — Foto: Reprodução / TV Mirante[/caption]
O Rio Tocantins possui mais de dois mil quilômetros de extensão e banha cerca de 65 km de Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão. Considerado um dos rios mais importantes do estado, ele abastece centenas de famílias ribeirinhas que vivem da pesca, do transporte de passageiros e no período de veraneio, do comércio temporário com as barracas que são instaladas nas praias.
Com o crescimento das cidades, boa parte do esgoto produzido pelas moradias vem sendo jogado nas águas do Rio Tocantins, sem nenhum tratamento. Além disso, a extração ilegal de areia, o desmatamento das áreas de proteção ambiental localizado às margens do rio estão causando o assoreamento. As águas do Tocantins também sofrem com oscilação do nível, que é controlado pela vazão das barragens, está causando danos graves ao meio ambiente.
O Ministério Público do Maranhão (MPMA) entrou com uma ação contra a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) e a Prefeitura de Imperatriz, que obriga os órgãos a fazer o tratamento de esgoto que é jogado em riachos que chegam até o rio.
Rio Bacanga
[caption id="" align="alignnone" width="984"] Rio Bacanga, em São Luís — Foto: Reprodução / TV Mirante[/caption]
O Rio Bacanga é um dos mais poluídos da região segundo especialistas. Amostras comprovam que há muito material orgânico sedimentado no fundo e altíssimos níveis de contaminação. O Rio Bacanga nasce no Maracanã e tem 19 km de extensão, passando por bairros como João Paulo, Vila Embratel e Sá Viana. O alerta vem do Departamento de Química Ambiental, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Uma das consequências é a diminuição do nível de oxigênio da água que compromete a vida e qualidade dos peixes. Apesar disso, a pesca é comum e isso passa a ser um risco para quem consome. A professora Gilvanda Nunes diz que já apresentou ao Governo do Estado soluções para tentar amenizar a poluição e resolver o problema a longo prazo.
- Dentro do projeto que apresentamos a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) estavam ações das recuperações das matas ciliares, bioremediação do ambiente aquático e o tratamento dos esgotos. Aí se tem ao longo do tempo, esse rio completamente recuperado – disse a professora da Ufma.
A Sema diz que desenvolve projetos a conservação e recuperação ambiental e que estão em andamento dois projetos para recuperação das matas ciliares, o berço do Rio Itapecuru, no Parque Estadual do Mirador, e a protetora dos mananciais, no Parque Estadual do Bacanga. A Secretaria disse que a ideia é que esse programa se estenda por todo estados. Sobre o lançamento de esgotos nos rios, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) não se manifestou.
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