Polícia Federal apreendeu 538 kg de cocaína no interior de uma fazenda pertencente ao prefeito de Itaituba (PA), Valmir Climaco (MDB). Foi a maior apreensão da droga feita neste ano no Pará, considerado rota para Europa e Nordeste. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Nesse domingo (07/07/2019), agentes da Polícia Federal monitoraram um voo suspeito e chegaram à fazenda, localizado próximo às margens da rodovia Transamazônica. Cinco homens estavam transferindo a droga para uma camionete no momento do flagrante.

Dois homens foram presos e outros três conseguiram fugir. Segundo a Superintendência da Polícia Federal do Pará, além da cocaína foram apreendidos dois fuzis, uma pistola, munição e 200 gramas de maconha. Estavam no local dois aviões, um monomotor e um bimotor.

O prefeito não foi preso pela apreensão de drogas já que, segundo a PF, a investigação não estabeleceu conexão entre o entorpecente e o parlamentar.

Em entrevista ao jornal, Climaco negou relação com a droga e disse que o avião que transportava a cocaína é do empresário Edson Wander Silva, que estava comprando um dos seus três garimpos de ouro.

O prefeito disse ainda que a venda foi fechada em R$ 4 milhões e incluiu um dos aviões apreendidos. A operação de venda está toda registrada em cartório e o advogado de Climaco levantou informações sobre o comprador. “Não tinha processo, não tinha Serasa, não tinha nada”, afirmou.

“Pensei que ele estava viajando com o avião pra Manaus. Aí quando foi no domingo à noite a mulher do vaqueiro ligou dizendo que a PF tinha apreendido um bocado de droga, dois aviões, essa história que você já viu”, assegura Climaco. “Na segunda-feira de manhã, fui à PF contar essa história. Não tenho nada a ver com isso.”

Reivindicação
A fazenda é reivindicada pela etnia munducuru, e, no último mês, Climaco disse em uma reunião que receberia “à bala” funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) caso eles tentassem entrar no local para cadastramento e notificação dos moradores da área.

O prefeito negou ter dito que atiraria nos funcionários ou ter incitado outras pessoas a fazer o mesmo, mas garantiu que impediria a entrada da Funai na residência.

“Eu disse na reunião que na minha propriedade não entra de jeito nenhum”, disse ele ao jornal

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